Sadie Montgomery nem se deu conta do que a atropelou (literalmente): num minuto, está a celebrar o seu maior feito profissional – ser finalista do concurso da Associação Norte-Americana de Retratistas –, e no instante seguinte está hospitalizada, com um diagnóstico «provavelmente temporário» de cegueira facial. Sadie consegue ver, mas os rostos com que se depara tornaram-se puzzles desconexos, e distingui-los passou a ser como tentar ler um livro de cabeça para baixo e noutra língua.
Porém, enquanto luta para lidar com a sua recente condição, cumprir o sonho artístico, resolver grandes problemas familiares e cuidar do seu querido cão, Peanut, ela cai numa armadilha de... amor? Luxúria? Leve obsessão?, não com um, mas com dois homens de aspeto e carácter muito diferentes. E logo no pior momento para escolher um deles.
Se ao menos houvesse um pouco mais de nitidez na sua vida, Sadie acredita que seria capaz de encontrar o rumo certo. Mas, presentemente, parece-lhe impossível distinguir seja o que for com clareza. Apesar de haver coisas que só conseguimos encontrar quando não andamos à sua procura, pessoas que se tornam importantes para nós quando menos esperamos e a particularidade de a melhor maneira de ver ser sempre, sempre, com o coração.